Teresa Campos
Teresa Campos
26 Mar, 2024 - 11:20

Farto de ressonar e não deixar ninguém dormir? Saiba a solução

Teresa Campos

Ressonar pode ser um problema sério e incomodativo. Perceba os sinais de alerta e os tratamentos para acabar com a roncopatia.

O som do ressonar deve-se à vibração do palato e das paredes da faringe. Além do incómodo mais que evidente que este som provoca – não só para quem coabita com a pessoa que ressona como, por vezes, para a própria pessoa que ressona -, a roncopatia pode ainda constituir um princípio de síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). Por essa razão, consultar um médico faz todo o sentido.

Porém, muitas vezes, é possível deixar de ressonar de forma simples e fácil, bastando procurar ajuda clínica e perceber qual é exatamente a causa deste problema que afeta negativamente a vida e a noite de muitas pessoas e famílias!…

Ressonar: será que a roncopatia tem solução?

Sempre que falamos em ressonar ou em roncopatia, referimo-nos a um ruído que é emitido durante o sono, pelas vias aéreas superiores. Como dissemos, ele deve-se à vibração do palato mole sobre a língua, durante a respiração.

Causas

Este é um problema relativamente comum, atingindo mais de 50% dos adultos, principalmente os homens e com tendência a agravar-se com a idade. E é importante perceber que há fatores que podem potenciar o surgimento desta situação, tais como:

  • anatomia das vias aéreas;
  • obesidade;
  • alcoolismo;
  • nariz entupido;
  • privação ou défice de horas de sono;
  • posição em que dorme;
  • alguma medicação.

Ressonar pode, ainda, ser sinal de alguma doença ou problema de saúde, nomeadamente:

  • alterações cardiovasculares (como hipertensão ou alterações do ritmo cardíaco, por exemplo);
  • mudanças metabólicas (como a descompensação devido à diabetes);
  • défices de atenção;
  • síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS).
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Diagnóstico, tratamento e prevenção

Como já referimos, cada caso é um caso e ressonar pode ser um sinal de diferentes doenças ou problemas de saúde. Assim, quem habitualmente ressona deve consultar um otorrinolaringologista, de modo a que lhe seja feito um diagnóstico e consequente tratamento.

O questionário, a observação clínica e alguns exames são a base para o médico perceber qual a causa da roncopatia e qual a terapêutica mais adequada a cada situação.

Tratamento

Basicamente, o tratamento da roncopatia pode ser médico ou cirúrgico.

O tratamento médico pode passar por:

  • Prescrição de anti-histamínicos e/ou corticoides intranasais que ajudem a tratar casos de alergia respiratória e rinosinusite crónica;
  • Recomendação de aparelhos dentários de avanço mandibular;
  • CPAP (Continuous Positive Air Pressure), uma máscara nasal ou nasal e bucal, que assegura uma conveniente inalação de ar, sempre que o doente tenha dificuldade em fazê-la.

O tratamento cirúrgico pode passar por:

  • Amigdalectomia e adenoidectomia;
  • Uvulopalatofaringoplastia, indicada em caso de apneia obstrutiva do sono moderada ou grave;
  • Palatoplastia da úvula assistida por laser (LAUP), indicada numa situação de apneia obstrutiva do sono leve;
  • Somnoplastia, redução do tecido excessivo presente no palato, úvula e língua;
  • Avanço genioglosso, hioide ou maxilomandibular, cirurgia indicada em caso de apneia do sono;
  • Estimulação do nervo hipoglosso, através de um dispositivo que sincroniza o movimento da língua com a respiração;
  • Septoplastia, diminuição da resistência ao fluxo de ar através do nariz.

Prevenção

Embora muitas das situações de roncopatia careçam de avaliação e tratamento médicos, existem algumas medidas que todos podemos adotar para tentar evitar este problema incomodativo e capaz de arruinar uma noite que se quer de descanso. Assim sendo, quem ressonar deve:

  • Perder peso e fazer uma alimentação saudável e equilibrada;
  • Evitar tomar tranquilizantes, calmantes ou anti-histamínicos;
  • Evitar beber álcool ou comer, cerca de 4 horas antes de ir dormir;
  • Procurar ter uma boa rotina de sono;
  • Tentar dormir de lado e não de costas;
  • Inclinar a cabeceira da cama cerca de 10 centímetros.

Em síntese, ressonar de forma intensa e contínua deve ser SEMPRE um motivo para ir ao médico, independentemente da sua idade ou género. Apesar deste poder ser um problema de fácil resolução, há casos onde pode ser sinal de algo mais grave e complexo.

Portanto, não se acostume às noites passadas em claro ou mal dormidas, devido ao seu ressonar ou ao do seu companheiro ou companheira. Consulte um especialista e trate do seu problema de saúde. Ressonar não é inevitável e tem tratamento.

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