Assunção Duarte
Assunção Duarte
19 Dez, 2018 - 10:38

7 medidas para reduzir a exposição à radiação dos telemóveis

Assunção Duarte

Ninguém consegue provar a 100% que a exposição prolongada à radiação dos telemóveis faz mal, mas quando se trata de saúde, mais vale prevenir do que remediar.

7 medidas para reduzir a exposição à radiação dos telemóveis

A radiação dos telemóveis tem sido muito estudada e está provado que qualquer pessoa que use um telemóvel absorve parte dessa radiação, em qualquer parte do corpo que esteja em contacto com o dispositivo. Todos os smartphones ou dispositivos que trabalhem sem fios, tablets ou computadores, funcionam através do envio e receção de um sinal transmitido entre antenas de comunicação, as que estão fora do aparelho e as que estão incorporadas no dispositivo.

Estes sinais utilizam campos de radiação eletromagnética, a chamada energia de radiofrequência (RF), e é através deles que enviamos e recebemos as nossas mensagens e comunicações.

A energia RF não é tão perigosa como outros tipos de radiação eletromagnética, por exemplo, os raios X das radiografias ou os raios UV do Sol, mas como o grau de exposição à RF aumentou muito nos últimos anos, as preocupações com os seus efeitos na saúde humana também cresceram.

Radiação dos telemóveis: quais são os riscos?

como reduzir a exposição à radiação do seu telemóvel

Embora os estudos realizados nos últimos anos ainda sejam inconclusivos sobre os efeitos desta radiação no nosso corpo, todos os especialistas que os realizaram concluíram que o risco é real, especialmente para as crianças e adolescentes, cujo o organismo ainda está em desenvolvimento.

Para já, mesmo não estando provada uma relação direta entre radiação e doença, os estudos conseguiram mapear esses riscos face às doenças que os especialistas pensam estar a ser potenciadas pelo uso excessivo e prolongado dos dispositivos móveis. Essas doenças são:

  • Tumores cerebrais e cancro dos nervos associados à audição;
  • Tumores nas glândulas salivares;
  • Baixa contagem de esperma ou menor mobilidade;
  • Dores de cabeça com efeitos na aprendizagem e capacidade de memorização;
  • Interferência na qualidade do sono.

Limites para a emissão de radiação nos telemóveis

Ainda que seja cedo para percebermos verdadeiramente o que nos pode acontecer enquanto espécie humana que utiliza diariamente este tipo de dispositivos, o risco está lá. De tal maneira que muitos países e fabricantes de telemóveis o levaram a sério e já tomaram a precaução de definir quais são os limites “saudáveis” que o corpo humano poderá suportar deste tipo de radiação.

Para isso definiram aquilo a que chamam de SAR, Specific Absorption Rate, uma unidade de medida que quantifica o índice de exposição do corpo humano à radiação eletromagnética emitida pelos dispositivos eletrónicos quando encostados à nossa cabeça e ao nosso corpo.

Segundo as normas europeias, a SAR máxima que a lei permite para os telemóveis é de 2 watts por quilo de peso corporal (W/kg) do utilizador, um valor que é 20 vezes inferior àquele que os cientistas consideram perigoso.

Atualmente, a maior parte dos smartphones apresenta valores inferiores a esse limite de segurança. Situam-se normalmente entre os 0,2 e 1,6 W/kg, o que nos pode deixar mais descansados.

Mas mesmo assim, os especialistas afirmam que o melhor é não arriscar e consideram que um aparelho tem baixa emissão de radiação, e é por isso mais seguro, se apresentar valores até 0,6W/kg. Se quiser saber mais sobre quais os tipos de emissões dos diferentes telemóveis disponíveis no mercado, veja a lista dos telemóveis que emitem mais radiação.

Como reduzir a exposição à radiação do telemóvel

como reduzir a exposição à radiação do seu telemóvel

Enquanto a incerteza científica faz com que legisladores e fabricantes avancem com alguma cautela, não custa nada, a nós utilizadores, fazermos a nossa parte para reduzirmos o risco de exposição a este tipo de radiação.

São pequenas alterações que podemos fazer no quotidiano e que reduzem muito a exposição à RF. As duas regras de ouro são: manter o máximo de distância entre o nosso corpo e o dispositivo, e reduzir ao mínimo a sua utilização nos períodos em que pode produzir níveis mais elevados de radiação. Saiba como fazer.

1. Não durma com o telemóvel

Não passe a noite com a radiação eletromagnética debaixo da almofada ou na mesa de cabeceira. Se tiver mesmo de ser, porque utiliza o despertador do aparelho, coloque-o em modo de avião ou a alguns metros da cama, onde ainda o possa ouvir.

Neste modo, evita a comunicação entre a antena do seu aparelho e a antena exterior, porque é quando elas comunicam entre si – sempre que recebe uma mensagem ou alguém lhe liga – que o índice de radiação emitida é maior.

2. Não utilize se a rede é fraca

O aparelho emite mais radiação quando a rede é fraca porque está à procura do contacto com a antena exterior. Sempre que atravessa um túnel, entra num elevador, numa garagem ou está numa região remota, saiba que o seu telemóvel se está a esforçar por encontrar uma antena de comunicação e que esse esforço, além de o fazer gastar mais bateria, vai emitir maior nível de radiação. Evite utilizá-lo nessas situações.

Se precisar mesmo de o fazer, afaste-o o mais possível do seu rosto, utilizando alta voz ou auriculares e microfone. Reduza todas as conversas e comunicações ao essencial e ao que é mesmo urgente se estiver nesta situação.

3. Use auriculares ou alta voz sempre que puder

Mesmo nas situações em que a rede é boa, opte por utilizar alta voz ou os auriculares. Os auriculares Bluetooth também são uma boa opção porque emitem radiações com menos intensidade que o telemóvel em si mesmo.

O objetivo é ter o dispositivo o mais afastado possível do corpo e da cabeça quando está a comunicar, momento em que ele estará a emitir maior nível de radiação. Se sabe que vai ter uma conversa longa, procure alternativas com fio para o fazer. E sempre que não o estiver a utilizar, afaste-o do corpo, transportando-o dentro de uma mala ou pasta e evitando utilizar os bolsos junto à pele.

4. Deixe passar o primeiro toque

Se optar por não utilizar auriculares, aproxime o ouvido do telemóvel só depois do primeiro toque, quando estiver a fazer uma chamada, ou depois de atender, se estiver a receber uma chamada. Evita, assim, os momentos de maior emissão de radiação. E, quando falar, afaste-o do ouvido o mais possível, já que está provado que até alguns milímetros de distância chegam para que a exposição à radiação reduza bastante.

5. Prefira escrever e evite o streaming

O envio de mensagens escritas diminui a exposição às ondas emitidas pelo aparelho, quer porque o aparelho está mais longe da sua cabeça quer porque são menos demoradas que as conversas. Quanto ao áudio e ou vídeo, faça sempre primeiro o download do arquivo para ver ou ouvir mais tarde e, de preferência, fazê-lo em modo de avião, que é o modo que emite menos radiação.

6. Crianças e adolescentes: reduzir tempo de utilização

Se é pai ou educador, por mais difícil que seja, tente reduzir o tempo que as crianças e adolescentes passam expostas a este tipo de dispositivos. O risco já poderá ser grande para os adultos, mas pode ser ainda maior para um cérebro e corpo em formação.

7. Dispositivos que barram radiação

Os especialistas que analisam estas soluções afirmam que muitos destes dispositivos (extensão de auriculares, adesivos que bloqueiam partes do aparelho, etc.) são inúteis e até podem ser prejudiciais, em parte porque podem interferir com a receção do sinal, obrigando-o a usar mais energia para que a comunicação seja efetuada e a emitir mais radiação.

Por outro lado, afetando a qualidade da comunicação, é possível que esta tenha de se prolongar por mais tempo, o que contraria o nosso objetivo de ter comunicações cada vez mais curtas. Se mesmo assim quiser optar por uma solução destas, informe-se bem sobre como funciona e leia a opinião dos especialistas sobre o dispositivo. Não corra riscos nem gaste o seu orçamento em vão.

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