Ana Araújo
Ana Araújo
08 Fev, 2024 - 13:50

Quimioterapia: o veneno que salva vidas

Ana Araújo

Este é um guia com informações gerais e essenciais sobre o processo de quimioterapia. O que é, como se aplica e o que esperar desta fase?

Os primeiros dados relativos à quimioterapia referem-se a Paul Ehrlich. Considerado o pai da medicina moderna, defendia que certas substâncias químicas podem ser usadas para tratar células doentes e destruir focos de infeção.

Estava descoberta, assim, a teoria base da quimioterapia, que veio revolucionar a área dos diagnósticos médicos e os respetivos tratamentos.

Quimioterapia de A a Z

A quimioterapia é um tipo de tratamento que visa eliminar as células cancerígenas presentes no organismo. Deste modo, os fármacos entram na corrente sanguínea, para assim controlar e destruir o cancro.

Através deste tratamento, o resultado esperado é que o crescimento das células malignas, que possam entretanto ter desenvolvido metástases, sejam eliminadas, ou que o seu crescimento seja desacelerado.

quimioterapia

Finalidades da quimioterapia

De acordo com o Instituto Português de Oncologia, a quimioterapia pode ser utilizada como única arma de tratamento, ou então, combinada com outras modalidades, como por exemplo a radioterapia.

Redução do tumor

A quimioterapia pode ser administrada antes da radioterapia e da cirurgia, com o objetivo de reduzir a massa tumoral. Na verdade, os tumores, muitas vezes, quando são descobertos já apresentam dimensões consideráveis, que tornam inviável a operação.

Neste sentido, após a quimioterapia é expectável que o tumor reduza de tamanho, tornando assim a cirurgia menos invasiva. Por outro lado, vai permitir uma maior eficácia à radioterapia.

Efeito preventivo

O recurso à quimioterapia, após a radioterapia ou cirurgia, surge como uma forma de prevenção, isto é, no sentido de evitar que as células adjacentes ao tumor se multipliquem e possam originar micrometástases.

Quimioterapia paliativa

De acordo com a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, os cuidados paliativos definem-se como uma resposta aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva.

Deste modo, a quimioterapia como cuidado paliativo, permite diminuir os sintomas da doença, melhorando a qualidade de vida.

Efeitos secundários da quimioterapia

Recorrendo ao uso de fármacos – que podem ser administrados oralmente; por via endovenosa; subcutânea; intramuscular ou ainda intracavitária – a quimioterapia, e ao contrário da radioterapia e da cirurgia, é de caráter sistémico.

Deste modo, apesar de tudo, as células sãs acabam por ser também afetadas, daí a existência dos efeitos secundários. Porém, estes variam de acordo com os pacientes; uma vez também os tratamentos variam para cada paciente.

Contudo, os mais comuns são:

  • perda de apetite;
  • náuseas e vómitos;
  • queda de cabelo;
  • diarreia/ prisão de ventre;
  • infeção;
  • hematomas;
  • cansaço;
  • aftas.

Outro efeito decorrente da quimioterapia é o risco de infertilidade. Desta forma, antes de iniciar os tratamentos é aconselhável informar-se junto do médico sobre a possibilidade de preservação da fertilidade. Uma solução a equacionar poderá ser a congelação de esperma e criopreservação de óvulos.

Como manter a estabilidade emocional

O facto de fazer quimioterapia não deverá ser impeditivo para manter uma vida social e profissional ativa. De todo o modo, é natural que haja uma maior necessidade de abrandar e de maior descanso, que, como tal, deverá se respeitada.

Ainda assim, é importante tentar manter uma vida ativa, de acordo com as capacidades físicas e psicológicas, conversando sempre com os seus familiares mais próximos, amigos e profissionais da área.

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