Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
20 Out, 2020 - 16:32

O impacto da pandemia nos salários previstos para 2020

Catarina Milheiro

Cerca de 80% das empresas não implementou reduções salariais. Conheça as conclusões de um estudo sobre o impacto da pandemia nos salários previstos.

pessoa a calcular o impacto da pandemia nos salários

De acordo com o estudo Total Compensation Portugal 2020, realizado pela Mercer, a pandemia da COVID-19 alterou as tendências nas compensações previstas pelas empresas nacionais, como por exemplo, os aumentos salariais. Fique connosco e saiba quais foram as conclusões do estudo sobre o impacto da pandemia nos salários previstos para 2020.

Se em 2019 só 3% das empresas nacionais consideravam o congelamento salarial, em 2020 o cenário é um pouco diferente. Houve uma subida deste número para 11% em abril/maio.

Contudo, e segundo a Special Edition do Total Compensation da Mercer, num capítulo especial desenvolvido com foco na COVID-19 em julho, a percentagem de empresas portuguesas que manifesta esta intenção do congelamento salarial, evoluiu para 17%.

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impacto da pandemia nos salários: principais conlcusões

A maioria das empresas não fez, nem vai fazer, cortes salariais em 2020

Tendo por base os dados do estudo Total Compensation Portugal 2020, cerca de 80% (a grande maioria) das empresas não implementou nem considera implementar reduções salariais. De facto, nas empresas onde esta redução foi implementada, 100% afirma ser uma redução salarial temporária.

Para além disto, aproximadamente 45% (quase metade das empresas), indica que a pandemia teve impacto ao nível dos incrementos salariais previstos para 2020, tendo a maioria sido adiada e os restantes revistos ou até mesmo congelados.

Ou seja, o que acontece é que a pandemia da COVID-19 veio exigir um esforço enorme de adaptação às empresas, de forma a que consigam responder a todas as necessidades com que se deparam atualmente. O que fez com que muitas organizações optassem por congelar alguns salários e até mesmo contratações.

Contudo, é importante perceber que estas medidas foram adotadas com uma perspetiva temporária e que, logo que esteja ultrapassada, serão levantadas as restrições.

Em relação à remuneração variável e ao pagamento de incentivos de curto prazo/bónus, cerca de 92% das empresas diz ter pago os montantes associados ao desempenho de 2019 (de acordo com o que estava previsto).

Quanto a 2020, 44% considera que ainda é cedo para prever se o pagamento será ou não superior ao realizado relativamente ao ano anterior. No entanto, 23% das organizações afirma que a expectativa é de que esse valor seja inferior.

Intenções de Contratação: o que dizem os números

Em comparação com o ano anterior, este estudo permitiu ainda perceber que o número de empresas que prevê contratar novos colaboradores sofreu uma grande quebra.

O que significa que, em plena pandemia, cerca de 19% das empresas participantes, admitiu a perspetiva de diminuir o número de colaboradores em 2020. Contudo, mais de metade das organizações (58%) afirma que não existe qualquer plano de alteração ao nível do headcount.

Além disto, 39% das empresas optaram pelo congelamento das contratações em 2020 e cerca de 13,5% indica ter optado por diminuir o número de contratações previstas.

Importa ainda salientar que para cerca de 46% das organizações, as intenções de contratação não sofreram qualquer tipo de alterações.

Impacto da pandemia nos salários: revisões salariais

Tendo em consideração os dados que foram recolhidos, 86% das empresas que participaram no estudo realizam a sua revisão salarial uma vez por ano. Sendo que, desta percentagem, 28% escolhe o mês de março para o fazer, 25% o mês de abril e 20% opta por janeiro.

Assim, neste período, a percentagem de incremento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de fatores que influenciam diretamente o valor que é disponibilizado para esse fim, tais como: o desempenho individual do colaborador (cerca de 94%), o posicionamento na grelha salarial (cerca de 68%) e ainda os resultados da empresa (cerca de 64%).

O que destaca o estudo sobre o teletrabalho

Todos nós sabemos que, como consequência da pandemia, uma grande parte das empresas adotou o teletrabalho nas suas rotinas diárias. E, apesar de se gostar ou não de trabalhar a partir de casa, a verdade é que a percentagem média da força de trabalho a trabalhar remotamente ronda os 90%.

Por isso mesmo, um tema que surgiu na Special Edition é referente ao teletrabalho foi a adoção de práticas de trabalho flexível, implementadas pela quase totalidade das empresas que participaram neste estudo.

Cerca de 77% das organizações, afirma ter optado pela implementação e/ou reforço de políticas de trabalho flexível, como a possibilidade de escolher trabalhar a partir de casa ou do escritório ou ainda a adoção de horários de trabalho flexíveis.

Em geral, a maioria das empresas acredita que o recurso a modalidades de trabalho flexível será frequente daqui para a frente.

Fontes

Mercer: Total Compensation 2020 – Faça o download das principais conclusões aqui.

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