Teresa Campos
Teresa Campos
28 Nov, 2019 - 12:32

Ejaculação precoce: um problema com solução

Teresa Campos

A ejaculação precoce é um problema que tem tratamento. Portanto, deixe a vergonha de lado e saiba como recuperar a auto-confiança.

Homem que sofre de ejaculação precoce

A ejaculação precoce ou prematura é a disfunção sexual mais frequente nos homens. Pode atingir 20% a 30% dos indivíduos. Infelizmente, só cerca de 9% dos pacientes procuram ajuda, mantendo-se os restantes visados envolvidos em sentimentos de angústia, incómodo e frustração. Muitas vezes, é neste problema que reside a causa para evitar a intimidade sexual.

Entende-se por ejaculação precoce a incapacidade de retardar a ejaculação em quase todas as penetrações, o que resulta numa ejaculação até 2 minutos após o início do ato sexual.

Este é um problema de saúde que não escolhe idade, estatuto social, estado civil ou orientação sexual. Trata-se de uma disfunção passível de ser tratada, pelo que a consulta de um especialista é fundamental.

Ejaculação precoce: caraterísticas principais

Homem com a companheira sofre de ejaculação precoce

Tipos de ejaculação precoce

  • Ejaculação precoce primária: trata-se de uma disfunção que se manifesta desde a primeira experiência sexual;
  • Ejaculação precoce adquirida: neste caso, a disfunção inicia-se, gradualmente ou subitamente, após experiências sexuais “normais”;
  • Ejaculação precoce situacional: episódio ou episódios de disfunção que estejam relacionados com alguma alteração, como uma nova parceira, por exemplo.

Fatores de risco

Há indivíduos com mais propensão para este problema, tendo em conta o seu perfil psicológico. Assim, um homem com ejaculação precoce é, normalmente:

  • Ansioso relativamente ao seu desempenho;
  • Emocionalmente instável e/ou com sentimentos de culpa;
  • Alvo de pressão e stress diários;
  • “Vítima” de experiências sexuais negativas.

Além das questões psicológicas e de personalidade, há outros problemas de saúde que podem originar esta disfunção, a saber:

  • Predisposição genética;
  • Obesidade;
  • Hipertiroidismo;
  • Diabetes;
  • Inflamação prostática (prostatite);
  • Suspensão brusca de analgésicos opióides;
  • Alcoolismo;
  • Abuso de estupefacientes.

Consequências

Além dos já enumerados anteriormente, a ejaculação precoce pode ter outras consequências, nomeadamente efeitos negativos no bem-estar psicológico dos pacientes, tais como:

  • Redução dos níveis de auto-confiança;
  • Ansiedade e sentimentos negativos, como vergonha e angústia;
  • Irritabilidade;
  • Depressão;
  • Redução da satisfação nas relações sexuais;
  • Dificuldade no relaxamento, durante o ato sexual;
  • Relações sexuais menos frequentes;
  • Insatisfação por parte da companheira;
  • Deterioração do relacionamento conjugal.

ejaculação precoce: diagnóstico e tratamento

Ejaculação precoce

Diagnóstico

Como qualquer diagnóstico, este também deve ser feito por um médico que irá analisar:

  • a história clínica e os exames físicos do paciente;
  • ferramentas diagnósticas, como o TLIV (tempo de latência intravaginal) e o PEDT (premature ejaculation diagnostic tool).

Tratamento

Dependendo do tipo de ejaculação precoce, o tratamento deste problema pode passar por:

  • Medidas comportamentais;
  • Psicoterapia;
  • Terapêutica farmacológica.

Medidas comportamentais

Esta primeira opção assenta, sobretudo, na alteração de comportamentos que originem ou potenciem a disfunção. Assim, é importante investir na:

  • Perda de peso;
  • Realização de exercício físico;
  • Tratamento de hipertiroidismo;
  • Controlo da diabetes;
  • Tratamento de prostatite;
  • Abstinência de substâncias estupefacientes.
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Psicoterapia

No caso da psicoterapia, sugere-se um trabalho conjunto do urologista com o psiquiatra/terapeuta sexual, de modo a resolver o problema físico, ao mesmo tempo que se trabalham os fatores psicológicos e emocionais.

Há, ainda, algumas técnicas que podem ser usadas para contornar este problema, tais como:

  • técnicas de relaxamento (ioga);
  • abstração com pensamentos não-sexuais;
  • paragem e recomeço do contacto sexual (técnica stop & start)
  • compressão da glande (técnica de squeeze);
  • masturbação pré-coital;
  • opção por posições sexuais mais passivas e que não exerçam tanta pressão sobre a zona genital masculina;
  • partilha dos receios e inseguranças com a parceira;
  • uso de preservativos dessensibilizantes que ajudam no prolongamento do ato sexual.

Medicamentos

Também existem fármacos de toma diária ou administrados 1 a 3 horas antes do ato sexual, que ajudam no tratamento desta disfunção. Há, ainda, cremes que reduzem a sensibilidade peniana, ajudando assim a prolongar a relação sexual.

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