Pedro Andrade
Pedro Andrade
18 Jan, 2017 - 13:04

Doença de Ménière: o “zumbido” que ainda não tem cura

Pedro Andrade

A doença de Ménière é imprevisível e ainda não tem cura. Saiba mais sobre esta patologia e descubra quais os tratamentos disponíveis.

Doença de Ménière: o “zumbido” que ainda não tem cura

A doença de Ménière não tem cura, a causa é desconhecida e foi descrita pela primeira vez no século XIX, mais precisamente em 1861, por Prosper Ménière, um médico francês que trabalhou afincadamente para a erradicação da cólera em França.

Por não ter cura, é uma patologia crónica e, por isso, deve ser seguida com atenção ao longo da vida. A doença de Ménière é um distúrbio no ouvido interno que causa perda de audição, zumbido e episódios constantes de vertigens, o sintoma mais comum desta doença. Ainda que esta doença se possa desenvolver em qualquer idade, é mais comum ser registada entre os 40 e os 60 anos de idade.

Quais as causas da doença de Ménière?

As causas concretas para o desenvolvimento da doença de Ménière ainda não são totalmente conhecidas. Sabe-se, contudo, que esta patologia pode resultar de problemas respiratórios, alérgicos ou até mesmo genéticos. Segundo os últimos estudos, o consumo de álcool e de tabaco também pode influenciar o surgimento desta doença.

Segundo o Instituto Nacional de Surdez e Outros Distúrbios de Comunicação dos Estados Unidos, a doença de Ménière é causada pela acumulação excessiva de um fluido chamado de Endolinfa no ouvido interno. Por norma, os sintomas desta patologia são desencadeados durante períodos de forte stress, fadiga, excesso de trabalho ou má alimentação (consumo excessivo de sal, por exemplo).

Sintomas mais comuns?

Ainda que as crises possam surgir a qualquer altura do dia, a doença de Ménière apresenta sintomas distintos:

  • Tonturas e vertigens (por períodos de até 30 minutos);
  • Perda da capacidade auditiva de forma gradual;
  • Pressão interna do ouvido (a chamada “plenitude auricular”);
  • Náuseas e vómitos.

As crises desta doença começam com uma sensação de ouvido tapado, podem durar entre três horas e 24 horas e vão desaparecendo de forma gradual.

Como é diagnosticada a doença de Ménière?

A Eletrococleografia (ECOG) é uma das formas de diagnóstico da doença de Ménière. Os especialistas podem, ainda, optar por realizar uma audiometria e um exame otoneurológico para avaliar as capacidades auditivas do doente e excluir qualquer outra patologia.

Quais os tratamentos existentes?

A doença de Ménière não tem cura mas pode ser controlada. Uma das principais recomendações é a adoção de uma dieta saudável: reduzir a quantidade do sal nos alimentos (que poderá influenciar a pressão do ouvido interno), evitar o café, eliminar o tabaco das rotinas diárias e moderar o consumo de chocolate, chás e refrigerantes.

Podem ser ainda receitados medicamentos para controlar os sintomas. Um dos medicamentos mais comuns para o tratamento das vertigens é a beta-histina.

Também existem procedimentos cirúrgicos para eliminar estes problemas mas são indicados apenas para aqueles que sofrem ataques constantes e fortemente incapacitantes.

Em ambos os casos, diagnóstico e tratamento devem ser sempre avaliados por um médico especialista.

Como lidar com uma crise?

Com o passar do tempo, o paciente vai percebendo os sinais da doença e pode prevenir situações mais graves, como é o caso das quedas. Assim que começam os sintomas, o doente deve:

  • Deitar-se numa superfície plana;
  • Ficar imóvel e manter os olhos abertos e fixos num único ponto;
  • Ficar nessa posição até a vertigem passar;
  • De seguida deve levantar-se lentamente.

Se a sensação de vómito persistir durante mais de 12 horas, o doente deve contactar o seu médico.

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