Teresa Campos
Teresa Campos
24 Ago, 2023 - 12:50

Descolamento da retina: esteja atento aos sintomas e sinais

Teresa Campos

O descolamento da retina é um problema sério de saúde que carece de uma intervenção médica imediata. Esteja atento aos sinais de alerta.

O descolamento da retina afeta 1 em cada 10.000 pessoas por ano, tratando-se de um problema grave de saúde ocular que pode afetar indivíduos em qualquer idade, embora seja mais frequente em pessoas entre os 40 e os 70 anos.

O diagnóstico precoce deste problema é crucial para o sucesso do seu tratamento, com o mínimo de danos para a saúde ocular e uma vez que este problema não provoca qualquer dor ou desconforto, é importante estar atento a outros sintomas e sinais colaterais que podem indiciar algum problema na sua retina. Fique atento

O deslocamento ou descolamento da retina é um problema grave, que provocar perda de visão e cegueira, sendo que a retina fica na parte mais interna do olho e é uma camada fina de tecido que recebe as imagens e as envia para o cérebro.

Assim, o descolamento inicial da retina pode ser localizado ou amplo, carecendo sempre de um tratamento urgente.

Descolamento da retina: o que está em causa

Tipos de descolamento da retina

  • Descolamento regmatogénico: Este descolamento é aquele que ocorre devido a uma rutura ou rasgadura na retina, a qual permite que o vítreo passe para o espaço sub-retiniano. Assim, esta rutura pode ser um buraco, rasgo ou rasgadura ou diálise na retina.
  • Descolamento seroso exsudativo da retina: Neste caso, o descolamento acontece por causa de inflamação, lesões ou anormalidades vasculares, que resultam na acumulação de fluido sob a retina. Por isso, este descolamento é mais raro e pode ser provocado por um tumor sub-retiniano, localizado na coróide (cancro ou melanoma coroideu).
  • Descolamento tradicional: Quando falamos deste descolamento, referimo-nos ao facto do tecido fibroso ou fibrovascular, por inflamação ou neovascularização, repuxar a retina sensorial, separando-a do epitélio pigmentado da retina. Assim sendo, esta situação pode ser causada por traumatismos, nomeadamente da órbita e cranianos.

Sintomas

A intervenção precoce faz toda a diferença nestes casos. Convém sublinhar que o descolamento é indolor, por isso há que estar atento aos seguintes sinais:

  • percecionar corpos flutuantes no campo de visão, que parecem manchas, pelos, aranhas ou moscas (miodesópsias), por exemplo;
  • ver “flashes de luz” (fotopsia);
  • ter a percepção de uma sombra ou cortina que vai aumentando no campo visual;
  • ligeira sensação de peso nos olhos.

Causas

Algumas causas possíveis para o descolamento da retina são:

  • envelhecimento ou distúrbios da retina;
  • súbito descolamento do vítreo;
  • formação de membranas fibrovasculares entre a retina e o vítreo posterior;
  • acumulação de líquido sob a retina.
Mulher com descolamento da retina

Fatores de risco

Há circunstâncias que podem aumentar as probabilidade de vir ou não a ter este problema ocular.

  • Envelhecimento;
  • Descolamento de retina anterior num dos olhos;
  • História familiar de descolamento de retina;
  • Retinopatia diabética;
  • Glaucoma;
  • Alta miopia;
  • Cirurgia ocular anterior;
  • Lesão ocular grave ou trauma;
  • SIDA;
  • Eclâmpsia;
  • Homocistinúria;
  • Hipertensão maligna;
  • Retinoblastoma;
  • Tabagismo ativo e passivo;
  • Síndrome de Stickler;
  • Doença de von Hippel-Lindau.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico deste problema é feito, essencialmente, através da retinografia ou oftalmoscopia. A melhor notícia é que o descolamento tem cura, a qual passa, habitualmente, por uma cirurgia, cuja técnica usada dependerá aí sim do tipo de descolamento.

Entre os procedimentos cirúrgicos mais utilizados, estão:

  • Fotocoagulação a laser, criopexia: usada para barrar uma pequena área de descolamento de retina, rasgadura ou buraco;
  • Indentação escleral: sendo colocada uma ou mais fitas de silicone na esclera, de modo a empurrar a esclera contra a rasgadura ou buraco da retina;
  • Retinopexia: caraterizada pela injeção de uma bolha de gás (gás SF6 ou C3F8) dentro do olho. A tensão superficial da interface gás / líquido veda a rasgadura retiniana.
  • Vitrectomia: além da remoção do gel vítreo, há lugar ao enchimento do olho com uma bolha de gás (gás SF6 ou C3F8), BSS ou óleo de silicone. Este método é cada vez mais utilizado, fruto das suas taxas de sucesso.

No geral, 90% dos pacientes necessitam de ser submetidos a apenas uma intervenção cirúrgica. O resultado visual final pode demorar vários meses até ser conhecido.

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