Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
05 Jan, 2022 - 21:29

Uso seguro do álcool gel: estes são os cuidados a ter

Mónica Carvalho

Nunca se falou nem usou tanto álcool gel como atualmente. Mas estará isento de perigo? Conheça alguns cuidados a ter com o álcool gel.

cuidados a ter com álcool gel

Uma correta higienização das mãos, com água e sabão ou álcool gel 70%, é um dos métodos mais recomendados pelas entidades de saúde para evitar a contaminação da COVID-19, mas também para reduzir infeções e eliminar outros vírus e bactérias.

Depois da procura desenfreada que levou a um aumento exponencial de preços no início da pandemia e confinamento em Portugal, atualmente, com a diminuição da taxa de IVA deste tipo de produtos de proteção individual, o seu uso é mais massificado do que nunca. Mas estaremos a usar corretamente o álcool gel?

Na verdade, esta é uma alternativa simples e prática para desinfetar as mãos, principalmente quando não tivermos acesso a água e sabão, visto que pode ser transportado para todo o lado.

Contudo, não podemos esquecer que se trata de um “produto biocida tipo 1”, isto é, de acordo com informações na página do Ministério da Saúde dedicada à COVID-19, uma “preparação de base alcoólica, desenvolvida para ser aplicada nas mãos com o objetivo de reduzir o crescimento de microrganismos ou eliminá-los. Estas preparações podem conter um ou mais tipos de álcool ou outros ingredientes como substâncias ativas biocidas”.

Há, de facto, cuidados a ter no uso de álcool gel, visto que pode afetar a pele devido aos elementos que o constituem, mas não só; basta, por exemplo, ler o rótulo da sua embalagem de álcool gel para perceber que se trata, também, de um produto inflamável. 

Uso seguro de álcool gel, segundo a OMS

Para proteger a si e aos outros contra o COVID-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a lavagem frequente as mãos e, o álcool gel, é uma forma de o fazer. Todavia o manuseamento deste produto implica alguns cuidados. Veja quais:  

  • manter o álcool gel fora do alcance das crianças;
  • ensinar as crianças a aplicar corretamente o desinfetante e em que momentos o devem fazer;
  • usar a quantidade indicada; o tamanho de uma moeda de dez cêntimos, por exemplo, é suficiente;
  • evitar tocar nos olhos, boca e nariz imediatamente após usar álcool gel, visto que pode causar irritação;
  • o álcool gel é um produto potencialmente inflamável, pelo que não o deve usar antes de manusear o fogo ou cozinhar;
  • nunca deve beber ou deixar que as crianças bebam este produto, pois pode ser venenoso.

Perigos do álcool gel: a segurança também tem regras

desinfetar mãos álcool gel
1

Crianças

Certamente tem este produto lá em casa e usa-o com frequência. Por isso, no caso das crianças, existe um cuidado acrescido.

O álcool gel possui forte concentração de álcool etílico, com riscos para as crianças, que, como sabemos, têm a tendência de meter tudo na boca, principalmente quanto mais novas forem. Como tal, em primeiro lugar deve optar por manter este produto num local em segurança.

Em segundo lugar, as crianças devem ser ensinadas quanto ao manuseamento correto do produto e em que momentos o devem fazer, sem esquecer, claro, de alertar para os perigos do mesmo. As crianças são verdadeiras esponjas de aprendizagem, pelo que deve aproveitar esta característica para ensinar algo que pode mesmo salvar vidas.

2

Pele

Em declarações à TSF, o dermatologista João Maia Silva alerta para alguns cuidados a ter com o álcool gel, uma vez que pode provocar doenças de pele, tendo em conta a sua composição. Tendo-se verificado um aumento de problemas de pele na população em geral, o médico explica as causas e reforça que deve ser aplicado um creme hidratante após a lavagem das mãos, uma vez que este combate a secura da pele que pode provocar lesões.

Também a Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para alguma cautela no uso de álcool gel, “para evitar problemas na pele.” O uso desmedido e descontrolado pode “prejudicar a pele das mãos, causando ressecamento, eczema e vermelhidão.” Como tal, o ideal é usar apenas quando não pode mesmo lavar as mãos com água e sabão.  

3

Produto inflamável

“Líquido e vapor altamente inflamáveis. Manter fora do alcance das crianças. Uso externo. Não ingerir. Evitar o contacto com os olhos. Manter afastado de calor, superfícies quentes, faísca, chama aberta e outras fontes de ignição. Não fumar.”

Pegamos na embalagem gel que temos por casa e é isto que aparece. Este tipo de conteúdo não é a exceção, mas sim a regra, visto que é um tipo de alerta que aparece em todas as embalagens de álcool gel.

Temos outro exemplo: certamente já reparou que o álcool gel desinfetante Sterilium é presença certa em todos os hospitais, centros de saúde e demais entidades semelhantes. Na ficha técnica do produto é possível de ver várias indicações de cuidados a ter

“Mantenha o recipiente bem fechado. Não o guarde na proximidade de fontes de calor ou exposto à luz solar. Não conservar a temperatura superior a 40°C” e, “em caso de incêndio, extinguir com água, com um extintor de incêndio, espuma ou CO2.”

Por isso, já sabe: seja em casa, na carteira, no carro ou no escritório, mantenha o álcool gel em lugar seguro e protegido.

Gel feito em casa: os cuidados a ter com receitas não comprovadas

“O principal perigo é que não fazemos corretamente ou seguimos uma receita com eficácia duvidosa”, alerta o dermatologista Antonio Clemente Ruíz de Almirón, porta-voz da Academia Espanhola de Dermatologia e Venereologia.

Após uma breve pesquisa pela Internet, encontramos, de facto, várias receitas caseiras para fazer álcool gel, mas, precisamente por serem caseiras, não está comprovada a sua eficiência. Nesse sentido, o especialista destaca, como já referimos, que

“a disseminação de tudo isso pode levar as pessoas a confiar em algo que realmente não tem eficácia comprovada contra o vírus ou que pode até ser prejudicial à pele”.

Mais vale mesmo agir pelo seguro e comprar o produto em farmácias, para-farmácias e estabelecimentos certificados. A boa notícia é que, atualmente, em Portugal o álcool gel já é produzido em larga escala e a preços bem mais simpáticos do que encontramos no início do estado de emergência e isso permite fazer aquisições seguras para si e para a sua família.

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