Raquel Pacheco Neves
Raquel Pacheco Neves
23 Fev, 2017 - 10:27

Corticoides: tudo o que precisa de saber

Raquel Pacheco Neves

Os corticoides são utilizados para tratar variadas doenças mas trazem com eles diversos efeitos secundários.

Corticoides: tudo o que precisa de saber

Corticosteroides, ou corticoides, são normalmente chamados de “cortisonas”. Já deve ouvido falar muito deles, mas sabia que estes medicamentos nada mais são do que fármacos anti-inflamatórios? São substâncias ativas que derivam de uma hormona produzida naturalmente pelo nosso organismo, através da glândula suprarrenal, chamada de cortisol.

Os corticoides são comummente prescritos para tratar doenças de origem inflamatória, alérgica ou imunológica, mas é preciso estar atento à sua utilização: este tipo de fármaco é largamente prescrito, no entanto, há situações em que que não são necessários – e há riscos associados.

Um dos alertas a ter em conta é que estes medicamentos reduzem a inflamação, mas acabam por afetar o sistema imunitário. Descubra tudo o que precisa de saber sobre os corticoides antes de incluir estes fármacos no seu tratamento.

Doenças tratadas com corticoides

Normalmente, os corticoides podem ser prescritos para tratar:

  • Asma
  • Esclerose múltipla
  • DPOC
  • Choques anafiláticos
  • Hepatite autoimune
  • Herpes Zóster
  • Lúpus Artrite reumatoide
  • Leucemias e linfomas
  • Mieloma múltiplo Edema cerebral.
  • Gota
  • Rinite alérgica
  • Vitiligo
  • Doenças de pele de origem inflamatória ou autoimune.
  • Transplante de órgãos
  • Alergias na pele

Tipos de corticoides

Existem várias fórmulas sintéticas de corticoides, mas as mais usadas são prednisolona, hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona (via inalatória). Com a exceção da hidrocortisona, todos os outros corticoides sintéticos têm uma potência superior ao cortisol.

Tipos de administração

Existem corticoides administrados por via parentérica (betametasona), via tópica (difluocortolona), via oral (hidrocortisona) e via nasal (budesonido).

Corticosteroides em inalador

Uma parte do medicamento pode depositar-se na boca e garganta, em vez de chegar aos pulmões. Isto pode causar tosse, rouquidão, boca seca e inflamação na garganta. Se gargarejar ou bochechar a boca com água, depois de cada inalação, não engula – assim, poderá evitar a irritação da boca e da garganta. Lave os dentes depois da inalação, para não os manchar.

Corticosteroides injetáveis

Podem causar efeitos secundários no local da injeção, como dor, infeção, diminuição da espessura da pele e perda da cor natural.

Corticosteroides tópicos (utilizados na pele)

Têm um grande benefício para o tratamento de algumas doenças da pele, principalmente as alérgicas.

Efeitos secundários

Apesar de ser um medicamento muito eficaz contra várias doenças graves, os corticoides apresentam elevados efeitos adversos. Quando utilizados de forma prolongada, os corticoides podem:

  • Elevar o peso do doente;
  • Causar estrias;
  • Provocar acne;
  • Enfraquecer os ossos;
  • Aumentar a hipertensão;
  • Fazer retenção de água e de sódio;
  • Causar hipocaliemia e edemas;
  • Causar hiperglicemia;
  • Causar glicosúria;
  • Levar a atrofia muscular;
  • Criar cataratas;
  • Propagação de infeções;
  • Fazer com que desenvolva a osteoporose;
  • Nas crianças, pode provocar atraso de crescimento.

Notas importantes

  • Os corticoides só devem ser usados se houver indicações precisas nas doses e no tempo mínimo indispensáveis para obter os efeitos desejados. Esteja atento às indicações do seu médico.
  • A retirada da toma dos corticoides após uso prolongado deve ser sempre feita de modo lento e gradual. Nunca se deve suspender o tratamento sem conhecimento médico.
  • Os corticosteroides, quando utilizados de forma adequada, são medicamentos seguros e muito úteis para diversas patologias. No entanto, não deve exagerar na sua toma, pois a tentativa de melhorar mais rapidamente pode causar danos e dificultar ainda mais o tratamento.

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