Teresa Campos
Teresa Campos
19 Abr, 2024 - 07:32

Comprimidos para dormir: cuidados e riscos a considerar

Teresa Campos

A toma de comprimidos para dormir é cada vez mais comum. Mas são seguros? Quais os efeitos secundários? Descubra as respostas.

mulher na cama com copo de água e comprimidos para dormir

No nosso país, o recurso a comprimidos para dormir é cada vez mais frequente. A razão para isso pode estar em dificuldades efetivas para dormir, mas também numa prescrição abusiva destes fármacos.

Cerca de 1/3 dos portugueses já teve insónias, sendo que em 25% dos casos este problema é uma consequência de outros distúrbios, como a ansiedade ou a depressão. Portugal é mesmo um dos países europeus da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) com maior consumo de ansiolíticos, hipnóticos e sedativos.

Tudo isto também pode ser explicado pelo facto de a maior parte de nós ter uma má higiene do sono, ou seja, não nos deitarmos sempre à mesma hora, consumimos bebidas com cafeína à noite e contactarmos com as luzes dos ecrãs dos mais variados gadjets, antes de ir dormir.

Fique a saber mais sobre o sono e os cuidados que deve ter com os comprimidos para dormir.

Comprimidos para dormir: tudo o que precisa de saber

Quando as pessoas sentem dificuldades em adormecer, despertam muitas vezes durante a noite ou acordam a sentirem-se cansadas, é comum serem-lhes prescritos comprimidos para dormir. Entre os fármacos mais recomendados pelos médicos nestas situações estão os ansiolíticos, os sedativos e os hipnóticos.

Todos estes medicamentos têm como objetivo combater as insónias, de forma eficaz e segura. Contudo, os comprimidos para dormir não tratam as causas por detrás das insónias e devem ser uma solução a curto prazo, já que a sua toma prolongada (por mais de 1 mês) pode comportar riscos para a saúde.

Além disso, os comprimidos para dormir tendem a diminuir o sono profundo e o sono REM e a aumentar o sono superficial e a atividade rápida durante o sono. Logo, o sono é de menor qualidade.

pessoa com comprimidos para dormir

Riscos e efeitos secundários

Como qualquer medicamento, os comprimidos para dormir não são isentos de riscos ou de efeitos secundários, sobretudo se forem tomados por um período de tempo mais longo do que aquele recomendado. Alguns desses efeitos podem ser:

  • Sonolência, confusão e descoordenação motora;
  • Agravamento das insónias;
  • Diminuição da atenção, do tempo de reação e da velocidade do desempenho;
  • Tolerância progressiva ao fármaco o que obriga à toma de doses cada vez mais elevadas do mesmo;
  • Dependência ou habituação;
  • Potencial de abuso;
  • Síndrome de abstinência caraterizado por tremores, agitação psicomotora, suores, palpitações, náuseas, vómitos, desorientação, alucinações e convulsões;
  • Défices cognitivos e síndromes demenciais;
  • Interação com bebidas alcoólicas e outros medicamentos;
  • Risco aumentado de acidentes de trabalho ou acidentes de viação por sonolência excessiva.
Casal com rotinas de sono saudáveis
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Como melhorar a qualidade do seu sono

(sem comprimidos para dormir)

Embora em alguns casos os comprimidos para dormir sejam necessários, é importante sublinhar que a sua toma deve ser acompanhada pela mudança de alguns hábitos de vida.

Para uma correta higiene do sono, é importante fazer uma alimentação saudável e praticar exercício físico regularmente. Além disso, não se deve fumar, nem beber álcool e não consumir produtos com cafeína durante a tarde ou noite.

É ainda essencial evitar o contacto com tecnologia antes de ir dormir, seja ver televisão, seja estar no computador, tablet ou smartphone. Também é importante deitar e acordar cedo, mesmo aos fins de semana ou feriados, de modo a criar uma rotina de sono.

A auto-medicação é sempre desaconselhada, muito mais no caso dos comprimidos para dormir que, como vimos, acarretam muitos riscos para a saúde, se forem tomados por mais tempo do que aquele aconselhado.

Assim, em caso de insónia ou de outros distúrbios do sono, deve consultar um médico e seguir escrupulosamente as suas indicações clínicas.

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