Viviane Soares
Viviane Soares
05 Fev, 2018 - 11:39

Casas típicas portuguesas que vai gostar de conhecer

Viviane Soares

Estas casas típicas são exemplares notáveis da arquitetura popular portuguesa e contam histórias sobre a identidade de um território e das suas gentes.

Casas típicas portuguesas que vai gostar de conhecer

São vários os exemplares de casas típicas portuguesas, distribuídos um pouco por todo o país. Questões do foro geológico, topográfico ou mesmo climatérico justificam esta variedade, sendo, portanto, natural que as casas da região Norte sejam distintas das da região Sul, tanto quanto as do litoral são distintas das do interior. E, claro, há ainda que ter em consideração as influências de outras culturas que, historicamente, foram moldando os traços gerais da arquitetura popular portuguesa.

Preparamos uma lista de casas típicas portuguesas que gostará de conhecer, até porque fazem parte do acervo patrimonial nacional e as suas singularidades contam a história de um território e das suas gentes.

Casas típicas portuguesas: região Norte

Os tipo de habitação mais frequentes na região do norte são: – a casa minhota e a casa serrana. A primeira, tal como o nome indica, é característica da região do Minho e, a segunda, da região de Trás-os-Montes.

Casa Minhota

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Dedicado à agricultura, pastorícia, pecuária e ao turismo rural, o Minho é conhecido pelos povoamentos dispersos, compostos por construções que servem de base às explorações agrícolas.

Por norma, a casa minhota têm dois pisos. No rés-do-chão encontram-se os currais, as pocilgas, as adegas, os lagares, e, no piso sobrado, os quartos e as salas. O material de construção tradicional é o granito – que protege do clima frio de inverno e do calor do verão. Este tipo de habitação é focado sobretudo na atividade de subsistência e não na habitação propriamente dita. Por esta razão, é frequente encontrar muitos espigueiros e sequeiros espalhados pela paisagem minhota, muitas vezes colados às ditas habitações.

Este tipo de construção é levantada do chão – para proteger os cereais dos roedores – e são adornados com cruzes de granito – que invoca a proteção divina para os cereais, sustento de muitas famílias e fruto do trabalho diário.

Casa Serrana

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As características da casa serrana são muito semelhantes às da casa minhota. Diferem apenas em pequenos pormenores. Também em granito, têm a particularidade dos telhados terem duas ou quatro águas e cobertos com telha caleira, xisto ou colmo. Salienta-se que no topo da escada exterior, que serve de acesso ao piso superior, há, por norma uma varanda recolhida na fachada da casa que serve de alpendre e muitas vezes de sequeiro para as colheitas, geralmente de milho e fruta. Este alpendre, muito característico destas casas típicas,  denomina-se de “balcão”.

Uma particularidade que aparta a casa minhota da casa serrana é o facto desta última ser construída em povoamentos aglomerados, sendo que as casas estão todas juntinhas agarradas, literalmente, aos flancos das serras ou no alto dos montes.

Casas típicas portuguesas: região Centro

Este tipo de disposição das casas típicas transmontanas estende-se pelo interior centro do país, sendo que, aqui, o material de construção mais abundante é o xisto. Nos flancos das serras que compõem a Cordilheira Central, os aglomerados das casinhas de xisto formam pequenas aldeias que se confundem com as cores desta região serrana, formando um cenário pitoresco e diferenciado do tipo de habitação que se encontra no resto do país.

Casas de xisto

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No passado, a construção de habitações era feita com os materiais que abundavam na região. No caso particular das denominadas Aldeias do Xisto, no interior centro do país, as casas típicas foram construídas com os seixos rolados do rio, o xisto, o granito, o barro vermelho, a madeira.

Por norma, no rés-do-chão encontravam-se o curral e/ou arrumos e no primeiro andar a cozinha, os quartos e a varanda em madeira, ou “balcão”. A razão desta divisão tinha ver com as condições climatéricas da região, pois a presença de animais no rés-do-chão fornecia calor ao piso superior. O acesso ao piso sobrado é feito por uma escada de madeira a partir do interior da habitação.

As Aldeias do Xisto estão espalhadas pela Serra da Lousã, Serra do Açor, Zézere e Tejo-Ocreza, no interior da região centro do país. No total, há 27 aldeias, autênticos tesouros escondidos em Portugal e razão pela qual se transformaram numa força turística.

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Casa de Madeira ou “palheiros”

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No centro litoral do país, encontramos as casas da Costa Nova, também muito pitorescas. Estes palheiros coloridos começaram por ser construídos à beira-mar por pescadores, sobretudo para guardar as redes e todos os materiais de pesca. Começaram por ter apenas uma única divisão e, posteriormente, foram-se constituindo como casas de habitação, já com várias divisões.

Atualmente, existem poucos palheiros de madeira nesta região. Apesar de manter algumas das características arquitetónicas do passado, hoje são quase todas em cimento. Porém, estas casas típicas da Costa Nova continuam a ser tema de conversa em qualquer lugar do mundo.

Casas típicas portuguesas: região Sul

Na tórrida região do Sul, as casas típicas são caiadas de branco para proteger as populações do calor e do clima extremo. Mas as curiosidades não ficam por aqui. Desde a influência árabe aos inúmeros detalhes arquitetónicos, conheça aqui as principais características das habitações alentejanas e algarvias.

Casa Alentejana – de monte ou de povoado

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Conhecida pelas suas extensas planícies, a região alentejana – Alto e Baixo-Alentejo – é muito árida no verão. Aqui, as casas típicas são térreas e caiadas de branco para protecção dos raios solares e, por conseguinte, para manter a casa fresca. À volta das portas e janelas são pintadas faixas amarelas e azuis para protecção contra os insectos que são atraídos pela cor branca.

Casa Algarvia – de pescador ou rural

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Com características singulares, as casas típicas do Algarve, de forte influência árabe, reflectem a história, o gosto popular e as necessidades concretas das gentes da região. As chaminés decoradas, as platibandas coloridas, as frescas açoteias e o branco da cal nas paredes são pormenores arquitetónicos importantíssimos para esta região quente e soalheira.

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