Márcio Matos
Márcio Matos
15 Ago, 2023 - 21:08

Baloiço do Trevim espera por si na Lousã a 1200 metros de altitude

Márcio Matos

O Baloiço do Trevim oferece uma paisagem arrebatadora e está acessível a todos os que sobem a serra da Lousã. A não perder.

Baloiço do Trevim

No distrito de Coimbra está “escondido” um belo tesouro, uma experiência que se revela extremamente enriquecedora. O Baloiço do Trevim foi construído pelo projeto Isto é Lousã, na Serra da Lousã e tem vindo a atrair cada vez mais gente.

No Alto de Trevim, está o baloiço que o deixará completamente rendido. No ponto mais alto da Serra, a cerca de 1.200 metros de altitude, pode baloiçar e render-se a uma paisagem singular.

É a estrutura do género mais famosa de Portugal e não faltam fotografias nas redes sociais a demonstrarem toda a beleza que proporciona.

Venha “baloiçar” no Baloiço do Trevim

Este baloiço de grandes proporções é feito de madeira. Estando a alta altitude, permite aceder a uma paisagem absolutamente incrível, maravilhosa. O banco de madeira tem inscrita a palavra “sente”. A palavra não quer remeter para o verbo “sentar”, mas sim “sentir”.

Sente a liberdade. Sente a magia. Sente a nostalgia. O Baloiço do Trevim permite baloiçar, preso a memórias: Sonhos, Amor, Amizade, Infância, Felicidade. Além de ficarmos deslumbrados e arrebatados pelas imagens que vemos, também podemos eternizar esses momentos em fotos. Essas fotos geram sempre grande rebuliço nas redes sociais.

A alternativa

O Baloiço do Trevim não é indicado para quem tem vertigens ou não tem coragem para enfrentar as alturas. Quem se assustou com o desafio, pode optar por outro baloiço igualmente encantador, mas menos ousado e radical.

O baloiço que está presente nas piscinas da Nossa Senhora da Piedade (no Burgo), que também é da responsabilidade do projeto Isto é Lousã, não é tão assustador. Fica sobre a água, é mais romântico e permite umas fotografias mais poéticas.

Ambas as opções permitem vivenciar um momento único e espetacular, repleto de emoção e, também, nostalgia…

Andar de baloiço

Andar de baloiço é, sobretudo, uma viagem. Não é só aquela viagem cíclica, de ir para lá e vir para cá. Não é apenas aquela viagem de “agora se vai lá acima” e “agora se vem cá abaixo”.

O baloiço não permite apenas aquela viagem de velocidade repentina, com os pés para a frente, ou a quase paragem periódica, que ocorre no regresso, quando colocamos os pés para trás.

Andar de baloiço é também uma viagem no tempo. Ao tempo em que fomos crianças e víamos no baloiço o maior dos prazeres, a felicidade pura e inocente.

A viagem da criança que no início necessitava de um pai ou de uma mãe para lhe guardar as costas e dar o balanço necessário para sentir a adrenalina.

A viagem quando, deixamos de precisar de alguém, para ousarmos enfrentar sozinhos os nossos medos, criando nós mesmos a velocidade que desejamos.  

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A viagem

O Baloiço de Trevim é esse bilhete de ida e volta às nossas memórias. Uma viagem no tempo em que deixamos, por momento, a tarefa árdua de ser adulto e responsável, para viver uns segundos da felicidade ingénua de uma criança.

E, assim, de forma muito simples e concisa, se alcança a felicidade que é procurada constantemente por toda a gente.

Basta ir e vir, dobrar as pernas e esticá-las para ganhar velocidade. Repetir o processo, algumas vezes. Sem darmos conta, desenhamos um sorriso aberto no nosso rosto.

Fechamos os olhos e gozamos verdadeiramente o momento de liberdade incomparável. Essa viagem no baloiço está sustentada na nostalgia e saudade de quem fomos. E, nessa viagem tão peculiar, algo de mágico acontece.

Sem nos apercebermos, pensamos se ainda estamos a baloiçar no Baloiço do Trevim ou se estamos a baloiçar, enquanto criança, num daqueles baloiços da nossa infância. Ali, somos o adulto e a criança. Somos felizes.

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Como chegar ao Alto de Trevim

O Alto de Trevim fica a 1200 metros de altitude e é um local especial para todos os habitantes da região da Serra da Lousã. Nos dias de boa visibilidade, é possível observar locais tão distantes como a Serra da Estrela, o Oceano Atlântico, a Serra da Gardunha e Marvão, já no Alentejo.

A subida, a partir da Lousã (a cerca de 30 quilómetros de Coimbra), inicia-se junto ao Parque Carlos Reis, percorrendo durante mais de 20 quilómetros as inúmeras curvas e contra curvas da N236. O piso está em bom estado e a subida é suave, só complicando um bocadinho nos últimos dois quilómetros, com maior inclinação e um piso mais irregular.

Tenha especial atenção nos meses mais frios, uma vez que a formação de gelo e a queda de neve podem atrapalhar a chegada ao alto. mas vale sempre a pena.

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