Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
19 Mar, 2019 - 12:52

Alergia na pele: o que a caracteriza e como tratar

Catarina Milheiro

O aparecimento de uma alergia na pele passa muitas vezes despercebido. Conheça as alergias mais frequentes e as respetivas formas de tratamento.

Alergia na pele: o que a caracteriza e como tratar

Nem sempre é fácil identificar uma alergia na pele. Na maioria das vezes, e principalmente quando a alergia não dá comichão, acabamos por nem reparar que algo se está a passar com a nossa pele. Por isso, é importante prestar atenção aos sintomas, conhecer os tipos de alergias mais comuns e saber como tratar.

ALERGIA NA PELE: O QUE É

A pele é o maior órgão do corpo humano e ao mesmo tempo é também aquele que está mais exposto a agressões externas. Se refletirmos um pouco sobre o ambiente que nos rodeia, vemos que estamos diariamente expostos a agentes tóxicos (poluição), às diferenças de temperaturas, a uma variedade de insetos e muito mais.

Uma alergia na pele é uma reação inflamatória que se pode manifestar em diferentes zonas do corpo como mãos, pés, braços, pernas, barriga, axilas ou até mesmo nas costas. Pode ser causada por alimentos, infeções, medicamentos, picadas de insetos, contacto com produtos de limpeza, cosméticos ou outros materiais que contenham substâncias irritativas.

Apesar de existirem vários tipos de alergias na pele, quase todas elas apresentam duas características em comum: lesões avermelhadas e prurido intenso.

Importa ainda salientar que as alergias na pele não são de todo contagiosas. O que significa que, se padecer desta condição e trocar de roupa ou objetos com alguém, não irá contagiar essa pessoa.

ALERGIAS NA PELE MAIS FREQUENTES

alergia na pele

Como já referimos, há vários tipos de alergia na pele, sendo que alguns são mais comuns do que outros, a saber:

Urticária alérgica

É o tipo mais comum. Manifesta-se através de manchas avermelhadas que causam coceira intensa e podem aparecer em qualquer zona do corpo. Na maioria dos casos, a urticária alérgica é causada pelo contacto com alguma substância que irá desencadear a alergia (como alimentos, tecidos, picadas de insetos, pelo de animais, medicamentos, cosméticos e poeiras) e é totalmente inofensiva.

É importante referir ainda que, o diagnóstico deve ser sempre realizado pelo médico visto que, existem urticárias que não são alérgicas e cujos sintomas poderão ser os mesmos numa fase inicial.

Dermatite de contacto

A dermatite de contacto alérgica acontece quando a nossa pele entra em contacto direto com alguma substância que irá provocar a reação localizada. Na maioria das vezes, essa reação é caracterizada pelo aparecimento de manchas vermelhas, bolhas, comichão, inchaço e pela extrema secura do tecido à volta da lesão.

De uma forma simples, a dermatite de contacto é a resposta imunológica de algumas pessoas que apresentam uma hipersensibilidade a determinados produtos como sabonetes, condicionadores, cremes ou até mesmo vernizes. Para além disto, os produtos com látex, alguns medicamentos, bijuterias, perfumes e desodorizantes podem também estar na base da alergia.

Angioedema

Tal como os outros tipos de alergias na pele que foram mencionados em cima no artigo, o angioedema manifesta-se exatamente da mesma forma do que elas. Ou seja, através de manchas avermelhadas e de coceira intensa.

Contudo, trata-se de um tipo de alergia na pele um pouco mais grave visto que afeta as mucosas e as camadas mais profundas da pele, sendo por isso caracterizado por uma série de outros sintomas como dificuldades para respirar, calor, dores abdominais, inchaço nos lábios, na região genital, à volta dos olhos, nas mãos e nos pés.

A genética pode ser um dos fatores na base do angioedema, assim como as disfunções na tiroide, algumas doenças autoimunes e infeciosas, alguns tipos de cancro e ainda as condições climáticas (como o frio e o calor extremos).

alergia na pele

Tratamentos para os diferentes tipos de alergia cutânea

O tratamento de uma alergia de pele vai depender da sua origem. Isto significa que o tratamento prescrito pelo seu médico para a sua alergia em particular pode não ser o mesmo para outra pessoa que conhece que também fez uma reação alérgica a alguma substância.

Por este mesmo motivo, é muito importante que o diagnóstico seja feito por um clínico, para que tenha a certeza do que se trata. Por vezes as pessoas confundem alergias com outras doenças de pele, e é essencial que seja visto por um especialista.

Normalmente o tratamento de uma alergia de pele passa pela utilização de corticoides e/ou de anti-histamínicos orais. Contudo, detalhamos os tratamentos mais utilizados para as alergias na pele mais frequentes.

  • Para o tratamento da urticária alérgica:

    A partir do momento em que o diagnóstico é estabelecido, a primeira coisa a fazer, é suspender imediatamente o contacto com o agente que causou a alergia. Para o efeito são normalmente utilizados anti-histamínicos orais, de forma a aliviar alguns dos sintomas. Se sentir um desconforto intolerável, opte por tomar um banho de água fria para acalmar a comichão intensa;

  • Para o tratamento da dermatite de contacto:

    Neste caso, o tratamento é feito através da utilização de alguns cremes ou pomadas (geralmente corticoides) que ajudam a atenuar os sintomas. Estas pomadas são aplicadas diretamente na zona afetada, no entanto, é essencial que só as coloque quando sentir que não consegue mesmo tolerar o prurido ou outro sintoma. Tenha atenção, este tipo de pomadas são um medicamento e não devem ser utilizados com muita frequência;

  • Para o tratamento do angioedema:

    Nos casos menos graves, o tratamento é idêntico ao da urticária, isto é, passa também pela toma de anti-histamínicos orais. Em casos mais graves, em que o inchaço causado pelo angioedema pode afetar as vias respiratórias, deve dirigir-se imediatamente ao médico.

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